quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"E Se Eu Não Tivesse que Morrer?"

'Talvez haja duas opiniões sobre a vida na prisão, - disse Myshkin. - Um homem que passou doze anos na cadeia me disse uma coisa. Ele era um dos inválidos sob cuidados do meu professor. Ele sofria de convulsões; às vezes ele ficava inquieto, chorava, até tentou se matar uma vez. Sua vida na prisão foi muito triste, eu te garanto, mas nem um pouco trivial. Mesmo assim, ele tinha como amigos apenas uma aranha e uma árvore que crescia embaixo de sua janela... Mas é melhor eu lhe contar como eu conheci um outro homem ano passado. Foi uma circunstância muito estranha - estranha porque essas coisas raramente acontecem. Esse homem certa vez foi levado junto com outros para o cadafalso e uma sentença de morte foi anunciada pra ele. Ele deveria ser fuzilado por ofensa política. Vinte minutos depois foi anunciado um adiamento, e eles acabaram recebendo outra punição. Mas ele passou o intervalo entre as duas sentenças, vinte ou pelo menos quinze minutos, com a inteira convicção de que iria morrer em poucos minutos. Eu estava sempre ansioso por ouvir quando ele lembrava de suas sensações naquele momento, e costumava o questionar sobre isso. Ele lembrava de tudo com uma extraordinária nitidez e costumava dizer que ele jamais esqueceria aqueles minutos. A vinte passos do cadafalso, ao redor do qual soldados e outras pessoas se juntavam, haviam três postes fincados no chão, e haviam vários criminosos. Os três primeiros foram conduzidos, amarrados aos postes, a roupa da morte (um roupão branco) foi colocada e capuzes brancos foram botados sobre seus olhos para que não vissem as armas; então uma comitiva de vários soldados foi postada de frente para cada poste. Meu amigo era o oitavo da fila, então ele deveria estar no terceiro grupo. O padre foi a um de cada vez com uma cruz. Ele possuía apenas mais cinco minutos de vida. Ele me disse que aqueles cinco minutos pareceram para ele um tempo infinito, uma grande riqueza; ele sentia que ele tinha tantas vidas restando naqueles cinco minutos que ainda não havia necessidade de pensar no último momento, tanto que ele dividiu o seu tempo. Ele separou tempo para se despedir de seus companheiros, dois minutos pra isso; então ele separou mais dois minutos para pensar pela última vez; e então um minuto para olhar para si mesmo pela última vez. Ele se lembrava muito bem de ter dividido o tempo assim. Ele estava morrendo aos vinte e sente anos, forte e saudável. Enquanto ele se despedia de seus companheiros, ele lembrou de ter perguntado a um deles uma pergunta um tanto irrelevante, e de ter estado particularmente interessado na resposta. Então quando ele já havia dito adeus, chegaram os dois minutos em que ele havia separado para pensar sozinho. Ele sabia de antemão sobre o que ele pensaria. Ele desejava entender o mais rápido e claramente possível como poderia ser que agora ele existia e estava vivendo e em três minutos ele seria algo - alguém ou algo. Mas o que? Aonde? Ele pretendia decidir tudo isso naqueles dois minutos! Não longe dali havia uma igreja e seu telhado dourado cintilava na claridade do sol. Ele se lembrava de ficar parado persistentemente olhando para o telhado e para a luz refletida; ele não podia se desligar daquela luz. Parecia para ele que aqueles raios eram sua nova natureza e que em três minutos ele iria, de alguma forma, se fundir à eles... A incerteza e o sentimento de aversão pelo o que esperava por ele era horrível. Mas ele disse que nada era mais terrível naquele momento que o seu pensamento contínuo, "E se eu não tivesse que morrer? E se eu pudesse voltar à vida - que eternidade! E seria toda minha! Eu tornaria cada minuto em uma era; eu não perderia nada, eu contaria cada minuto que se passasse, eu não perderia um!" Ele disse que tal idéia se dotou de tamanha fúria que chegou um momento em que ele torcia para ser fuzilado logo.'



(Príncipe Myshkin, em
O Idiota - Fyodor Dostoevsky)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Schopenhauer e o Vazio da Existência

Achei esse texto no orkut da minha ex namorada. Trata-se de um capítulo (se não me engano) de um livro do Schopenhauer, filósofo alemão conhecido pelo seu pessimismo e pelas suas obras sobre a Vontade (sua principal obra é "O Mundo Como Vontade e Representação").

O pensamento principal de Schopenhauer, diz respeito ao tédio. Depois de uma não-existência de milhões de anos nós nascemos e a partir desse momento estamos sempre desejando alguma coisa. Quando atingimos noss objetivo, rapidamente nos entediamos e desejamos uma outra coisa. Esse ciclo segue incessantamente até que morremos, botando outros milhões de anos na nossa frente.

A questão, para o filósofo, é que "a existência em si mesma não tem valor, visto que o tédio é meramente o sentimento do vazio da existência". Para ele, o passado não é nada, pois não existe mais, então existe tão pouco quanto algo que jamais existiu. Da mesma forma, o futuro também não existe. Tudo que é o presente, e apenas por isso este já deve ser mais valorizado que o passado ou o futuro. Mas, claro, isso dura apenas um instante, e o que existira, no próximo momento já não existe mais. "Cada noite nos empobrece, dia a dia".

Assim, o trecho que eu quis colocar aqui, que por coincidência se relaciona intimamente com o meu último post, sobre a ilusão do sentimento de nostalgia:



"As cenas de nossa vida são como imagens em um mosaico tosco; vistas de perto, não produzem efeitos – devem ser vistas à distância para ser possível discernir sua beleza. Assim, conquistar algo que desejamos significa descobrir quão vazio e inútil este algo é; estamos sempre vivendo na expectativa de coisas melhores, enquanto, ao mesmo tempo, comumente nos arrependemos e desejamos aquilo que pertence ao passado. Aceitamos o presente como algo que é apenas temporário e o consideramos como um meio para atingir nosso objetivo. Deste modo, se olharem para trás no fim de suas vidas, a maior parte das pessoas perceberá que viveram-nas ad interim [provisoriamente]: ficarão surpresas ao descobrir que aquilo que deixaram passar despercebido e sem proveito era precisamente sua vida – isto é, a vida na expectativa da qual passaram todo o seu tempo. Então se pode dizer que o homem, via de regra, é enganado pela esperança até dançar nos braços da morte!

Novamente, há a insaciabilidade de cada vontade individual; toda vez que é satisfeita um novo desejo é engendrado, e não há fim para seus desejos eternamente insaciáveis.

Isso acontece porque a Vontade, tomada em si mesma, é a soberana de todos os mundos: como tudo lhe pertence, não se satisfaz com uma parcela de qualquer coisa, mas apenas como o todo, o qual, entretanto, é infinito. Devemos elevar nossa compaixão quando consideramos quão minúscula a Vontade – essa soberana do mundo – torna-se quando toma a forma de um indivíduo; normalmente apenas o que basta para manter o corpo. Por isso o homem é tão miserável."


O ensaio inteiro (não é muito grande) pode ser lido aqui.


Vou botar apenas mais alguns trechos, que me chamaram a atenção:


"O que
foi não mais existe; existe exatamente tão pouco quanto aquilo que nunca foi. Mas tudo que existe, no próximo momento, já foi. Conseqüentemente, algo pertencente ao presente, independentemente de quão fútil possa ser, é superior a algo importante pertencente ao passado; isso porque o primeiro é uma realidade, e está para o último como algo está para nada."

"Reflexões com a natureza das acima podem, de fato, nos levar a estabelecer a crença de que gozar o presente e fazer disso o propósito da vida é a maior sabedoria; visto que somente o presente é real, todo o mais é representação do pensamento. Mas tal propósito poderia também ser denominado a maior tolice, pois aquilo que, no próximo instante, não mais existe e desaparece completamente como um sonho, jamais poderá merecer um esforço sério."

"...os panteístas atrevem-se a dizer que a vida é, como dizem, “um fim-em-si”. Se nossa existência neste mundo fosse um fim-em-si, seria a mais absurda finalidade jamais determinada; mesmo nós próprios ou qualquer outro poderia tê-la imaginado."

"
A vida apresenta-se principalmente como uma tarefa, isto é, de subsistir de gagner sa vie[para ganhar a vida]. Se for cumprida, a vida torna-se um fardo, e então vem a segunda tarefa de fazer algo com aquilo que foi conquistado – a fim de espantar o tédio, que, como uma ave de rapina, paira sobre nós, pronto para atacar sempre que vê a vida livre da necessidade."

"A primeira tarefa é conquistar algo; a segunda é banir o sentimento de que algo foi conquistado, do contrário torna-se um fardo."

"Está suficientemente claro que a vida humana deve ser algum tipo de erro, com base no fato de que o homem é uma combinação de necessidades difíceis de satisfazer; ademais, se for satisfeito, tudo que obtém um estado de ausência de dor, no qual nada resta senão seu abandono ao tédio. Essa é uma prova precisa de que a existência em si mesma não tem valor, visto que o tédio é meramente o sentimento do vazio da existência. Se, por exemplo, a vida – o desejo pelo qual se constitui nosso ser – possuísse qualquer valor real e positivo, o tédio não existiria: a própria existência em si nos satisfaria, e não desejaríamos nada."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Pointless Nostalgic

Photographs lost in time are all I see
A pointless nostalgic-
That’s me



Todos os dias era filmado incessantemente. Não era uma estrela, era um homem comum.

Sua vida se desenrolava ali, naquele pequeno estabelecimento. Desde os quartos no fundo até o bar que dava para a rua, aonde trabalhava.

Todos os seus movimentos eram controlados por câmeras. Câmeras de segurança.

Tornadas câmeras de um... diário.

Todas as noites assistia as gravações de dias passados. Se espantava com quantos pequenos acontecimentos, aparentemente irrelevantes, ganhavam um novo mundo de significância em suas sessões noturnas.

Passou a gastar cada vez mais tempo diariamente assistindo as fitas, fascinado com suas novas descobertas.

O número de acontecimentos começou a diminuir. A cada dia passava mais tempo diante da televisão, vendo cada vez menos.

Até que não sobrou nada.

Apenas lembranças.


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Changes

Mudar nunca é fácil.

É dar um passo em falso dentro do desconhecido.

Mesmo quando as coisas estão difíceis, mudanças não são fáceis.

Quando as coisas estão boas...é quase impossível.

Mas apesar de tudo, mudar é necessário. Mesmo quando tudo parece tranquilo é importante fazer certos questionamentos. E enfrentar o medo de destruir algo velho, para contruir algo novo. A vida é curta, e quando você menos espera ela passou e você ficou preso na ilusão do passado.

Um ode às mudanças.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ctrl + Z

Acho incrível a influência que a tecnologia tem na nossa vida hoje em dia. É virtualmente (!) impossível passar um dia longe dela. Talvez se você pegar uma bicicleta e ir pro mato e ficar caçando coelhos pra não morrer de fome. A revolução tecnológica pela qual estamos passando é barra pesada e veio pra mudar totalmente nossas vidas.

Não que isso seja ruim. Ou bom. Sei lá. Mas eu as vezes me pego impressionado em como a nossa cabeça já está funcionando de maneira totalmente diferente. Visto ontem, estava eu no meu mais novo hobbie, a milenar arte do desenho a lápis, arte do tempo em que até uma calculadora era algo totalmente impensável (a menos que você pense em um ábaco, mas enfim). Devido a minha absoluta falta de destreza manual, borrões e erros são problemas frequentes em meu hobbie. Mas não para a minha cabeça, que nesses tensos momentos pensa instintivamente:

"Opa, borrei, vou mandar um ctrl + z aqui e tá tudo beleza!"

¬¬

Seria legal, vai. As novas inovações tecnológicas podiam ir pra esse caminho, um ctrl + z na vida real, ou então um ctrl c + ctrl v, que também seria bem útil. Bill Gates, if you may...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tempo x Dinheiro

Nesse mundo absurdo em que vivemos a competitividade parece ser a palavra da moda e a vida anda mais difícil do que nunca. Não que tenha sido fácil alguma vez, mas não vemos mais nada caindo do céu, a não ser aviões, mas estes não deveriam cair até onde me consta e, na verdade, nem eles nós chegamos a ver, embora que tenham caído não parece restar dúvidas.

Essa vida, porém, não nos nega prazeres, e eles, apesar de tudo, estão por aí. O problema se dá nas condições impostas por esses prazeres, condições que cada dia mais estão expostas na necessidade maligna de possuírmos o velho e manjado vil metal, ainda que de metal hoje em dia tenha restado pouca coisa, mas que assim ficou conhecido, talvez por vil papel não ter a mesma força.

Podemos ignorar a dificuldade que existe hoje em dia em arranjar dinheiro. Tal fato já foi devidamente esmiuçado por muita gente, e ninguém mais aguenta tocar nesse assunto. Suponhamos, então, que não seja muito difícil e que possamos arranjar um emprego e ganhar dinheiro quando quisermos. Como dito, nada mais cai do céu, e esse dinheiro só vai pedir uma coisa de você para poder entrar no seu bolso:

Seu tempo.

Ora, mas o tempo é o nosso bem mais precioso, e uma vida sem tempo é uma idéia tanto imbecil quanto paradoxal. Se procuramos dinheiro para obtermos prazer, aonde vamos aplicar esse prazer se gastamos nosso tempo para conseguir dinheiro in the first place?

E nesse mundo insólito nós sacrificamos nosso bem mais precioso para conseguirmos alguns dias por mês e um mês de férias depois de dois anos. Não é a toa que cada dia mais pessoas estão com depressão por aí.

O mundo nunca fez muito sentido, mas a cada dia que passa faz menos.



(Esse post poderia ser trocado por apenas algumas palavras: "quero voltar a fazer aulas de tênis mas não tenho dinheiro, se eu fizesse um estágio eu teria dinheiro, mas daí eu não teria tempo".)

domingo, 31 de maio de 2009

Don't Bother

Sacam aqueles questionários intermináveis que eram moda antigamente e que toda garotinha de 13 anos respondia duas vezes por semana em seus fotologs? Pois é. Eis que no auge do meu tédio eu achei um treco desses e resolvi responder, just for the sake of it. O resultado é um post que eu tenho certeza que ninguém vai ler, mas não é como se eu me importasse com isso (também não é como se muita gente lesse os posts normais), a não ser que a pessoa esteja mais entediada do que eu estava quando resolvi fazer isso, o que seria algo notável. De qualquer forma, deixem eu ser feliz e eu prometo que em breve esse blog será atualizado com um tema mais interessante (o que, convenhamos, não é difícil).


1. Nome - Bruno
3. Onde / quando nasceu? Rio mesmo, 28/03/'87
4. Olhos? Castanhos
5. Cabelos? Castanhos
6. Altura? 1,73 (algo assim)
7. Irmão(s)? Só por parte de pai, uma irmã mais nova e um irmão mais velho
8. Apelido(s)? Cabeludo, Knight (antigamente era Barba =P)
9. Signo? Áries
10. E-mail? Não é difícil descobrir, mas não vou explanar aqui
11. Animal(ais)? Ftw! Tenho o Luke, um mini-schnauzer ranzinza =)

...Favoritos:

12. Uma frase: “Nem a juventude sabe o que pode nem a velhice pode o que sabe”
[José Saramago]

13. Uma banda? Savatage
14. Uma pessoa? Raphaella /o/
15. Uma flor? Sei lá cara, rosas?
16. Uma roupa? Jeans e uma camisa qualquer
17. Um sentimento? Fraternidade
18. Um animal? Cachorro
19. Um gesto? Abraço
20. Um lugar? Seul
21. Um objeto? Computador
22. Um veneno? Estresse
23. Uma arma? Espada
24. Um programa? Gilmore Girls
25. Um horário? Madrugada
26. Um verbo? Sonhar
27. Um ídolo? Saramago
28. Um dia? Sei lá, sexta?
29. Um barulho? Vento
30. Um ator? De Niro
31. Um cantor? Zak Stevens, Kiske, Bruce? Não sei =\
33. Um calçado? Sei lá, qualquer tênis confortável
34. Um numero? 9
35. Uma bebida? Cerveja ou Coca
36. Uma comida? Carne (feita pela minha mãe, de preferência)
37. Uma mobília? Cama
39. Uma letra? R
40. Um meio de comunicação? Internet
41. Um doce? Chocolate
42. Uma pergunta? Por que eu estou fazendo esse questionário?
43. Um pedido? Savatage voltar e vir para o Brasil
44. Uma mania? Brincar com canetas na mão
45. Um desenho? Cavaleiros do Zodíaco \o/
46. Um personagem? Holden Caulfield
47. Um perfume? Polo
49. Uma estação? Inverno
50. Uma fruta? Manga
52. Uma matéria? História
53. Uma minissérie? Sei lá
54. Um comercial? Os de perfume,
com pessoas bonitas não fazendo nada,
apenas sendo bonitas =)

55. Uma novela? Sei lá cara, última novela que eu vi faz tipo uns 10 anos.
56. Uma musica? Believe, do Savatage
57. Um sonho? Sei lá, hoje eu sonhei com o Geoffrey Rush,
ontem eu sonhei que estava viajando pra Honk Kong.
Mas meu sonho mais legal foi um que eu corria pelado em uma floresta
com uma garota que eu era afim séculos atrás
(eu entendi que a pergunta não era sobre isso, mas meu sonho já foi em 'pedido')

58. Um filme? Moulin Rouge
59. Um poema? Desejo, do Victor Hugo

...Escolha:

60. Dia/Noite? Noite
61. Cego/Surdo? Cego
62. Amor/Paixão? Amor
63. Por/Nascer do sol? Nascer do Sol
64. Verão/Inverno? Inverno
65. Verdade/Desafio? Verdade
66. Piscina/Oceano? Oceano
67. Bolo/Torta? Torta
68. Manteiga/Requeijão? Requeijão
69. Ouro/Prata? Prata
70. Diamantes/Pérolas? Diamantes
71. Banho de Chuveiro/Banheira? Chuveiro
72. Fogo/Água? Água
73. Tv/Cinema? Cinema
74. Filme/Novela? Filme
75. Sair/Ficar em casa? Sair
76. Preto/Branco? Preto
77. Velho/Novo? Velho
78. Café/Chá? Chá

...Você já:

79. Saiu em público de pijamas? Já ¬¬
80. Chorou por algo bobo? Provavelmente
81. Chorou em um filme? Algumas vezes
82. Se apaixonou por um professor(a)? Nop
83. Apaixonou-se por um parente? Nop
84. Fez algo idiota para chamar a atenção de alguém?O que? Provavelmente, mas sei lá o que agora
86. Guardou um segredo? Sim
87. Atuou em um palco? Há muito tempo atrás
88. Achou algum personagem atraente? Sim
89. Viajou para o exterior? Pra onde? New York, Orlando, Alemanha, Suiça, Paris, Coréia do Sul
90. Teve um amigo imaginário? Nop
91. Colocou fogo em alguma parte do corpo? ....por diversão? Wtf?
92. Escreveu para alguém famoso? Já, e ela me respondeu :D
93. Jogou pedras em um cabo telefônico? Wtf²?
94. Andou de avião? Yup
95. E de navio? Não era um naviiio, mas era um barco grandinho :D
96. Caiu de uma arvore? Yup
97. Caiu na frente de todos? Yup
98. Fez algo que se arrependeu muito? O que? Sim, ter largado a UFRJ
99. Sentiu-se estúpido? Frequentemente
100. Pensou em se matar? Nop
101. Pensou que ia morrer? Sim
102. Foi operado? Sim
103. Esquiou? Só na água :D
104. Foi atropelado? Não, não sou burro
105. Quebrou algum osso? Qual? Nunca

...Nas últimas 48 horas:

106. Beijou alguém? Sim
107. Chorou? Não
108. Escreveu uma carta? Não
109. Cortou o cabelo? Não
110. Usou gravata? Não
111. Viu seu filme preferido? Não
112. Abraçou alguém? Sim
113. Falou com o seu amor? Sim
114. Teve alguma prova? Não
115. Se sentiu estúpido? Não que eu me lembre, mas não duvido
116. Deu presente a alguém? Não
117. Teve uma conversa séria? Sim
118. Brigou com alguém? Não
119. Riu até chorar? Não
120. Dormiu fora? Não
121. Foi ao teatro? Não
122. Foi ao cinema? Não
123. Viu alguém que não via a muito tempo? Sim
124. Conheceu alguém? Sim
125. Teve medo? Não
126. Sentiu falta de alguém? Sim
127. Foi a uma festa? Não
128. Mentiu? Provavelmente, mas não lembro
129. Foi mal numa prova? Não fiz provaaas
130. Foi dar uma andada? Não
131. Teve um pesadelo? Sim
132. Acordou muito cedo? Sim
133. Dançou? Dancei um heavy metal!
134. Apaixonou-se? Continuei apaixonado =)
135. Sentiu-se feliz? Sim
136. Sentiu-se triste? Sim
137. Entrou no MSN? Sim
138. Fez uma calda de chocolate caseira? Fiz brigadeiro, serve?
139. Fez um desejo às estrelas? Não po, wtf

...Você se acha:

140. Um bom ouvinte? Normalmente sim, mas nem sempre
141. Uma boa companhia? Nem sempre
142. Uma pessoa feliz? Em alguns momentos sim, em outros não
143. Uma pessoa com os pés no chão? Sim
144. Bonito(a)? Não me considero feio
145. Um bom amigo? Sim
146. Um bom conselheiro? Nem

...Você acredita:

147. Em você? Eu tento
148. Em seus amigos? Sim
149. Em seus familiares? Sim
150. Em ET? Acho provável
151. Em monstro debaixo da cama? Que?
152. Um por todos e todos por um? Que?
153. Teoria Big-Bang? Sei lá, viagem demais essas coisas
154. No governo? Não
155. Poderes psicológicos? Sim
156. Espíritos? Não
157. No verdadeiro amor? Não
158. Na verdadeira amizade? Sim
159. Em dinossauros? Como assim po? huauhauhahu
160. Em Adão e Eva? Não
161. Em mágica? Não
162. Em amor à primeira vista? Sim
163. Em bruxos? Não

...Você:

164. Tem os pés no chão? De novo?
165. Está de olho em alguém? Em você!
166. Está namorando? Sim
167. Tem uma linha da vida? Acho que sim, se eu entendi a pergunta
168. Gosta de dançar? É divertido
169. Gosta de estudar? Algumas coisas
170. É feliz? De novo?
171. Está com fome? Sempre
172. Está apaixonado(a)? De novoooo?
173. Está sendo correspondido? Sim
174. Sente ciúmes de quem? Mais de amigos do que de namorada
175. Pede conselhos a quem? Quem quiser dar, o que não significa que vou segui-los
176. Sente saudades do que? De tudo
178. Dorme com bichinhos de pelúcia? Não
179. Chora com quem? Sei lá, com quem estiver perto de mim na hora
180. Passou de ano? Sim

Seus amigos:

181. Fale os melhores amigos? Desnecessário
182. Qual é o(a) mais engraçado? Sei lá, todos são engraçados
183. Qual é o(a) mais tímido? Provavelmente eu mesmo
184. Qual é o(a) mais histérico? Não gosto de pessoas histéricas
185. De Qual sente saudades? Da maioria

...Nos últimos dias:

186. O que sobra? Preguiça
187. O que falta? Disposição
188. O que marcou? Meus desenhos

...Agora:

189. Está usando que roupa? Short velho, camisa velha
190. Está Triste/Feliz? Feliz
192. Ficando ou namorando? Namorando
193. Como está o tempo? Aqui no ar condicionado tá mó gelado =P
194. Está conectado? Sim
195. Está tc com alguém? Sim
196. Está cheio de escrever? Não
197. Está em algum blog? No meu
198. Está ouvindo alguma musica? Helloween - Future World
199. Está sozinho(a)? Rapha tá dormindo aqui, minha mae no quarto dela, Luke em algum lugar

Não, eu não sei porque tem alguns números zuados, mas eu não vou consertar. Vivam com isso.

sábado, 11 de abril de 2009

Solos Para Sempre I - Journey

Eu sou um grande fã de solos de guitarra. É o momento aonde o guitarrista pode realmente se expressar, e muitos solos dizem mais do que letras completas. Infelizmente não é tão fácil achar bons solos por aí, a maioria soa totalmente desnecessário, como se estivesse ali porque "toda música de rock precisa ter um solo".

Então resolvi postar aqui alguns solos que eu gosto, que me emocionam. Não serão muitos, nem pretendo ter uma responsabilidade de postar aqui, mas é apenas uma idéia pra manter isso aqui vivo e pra divulgar coisas legais pra pessoas que não conhecem ou relembrar pra quem conhece.

Começando como o solo de uma das minhas músicas preferidas do Journey, Who's Crying Now. É uma balada daquelas de fazer você cortar os pulsos e ela não seria tão boa sem o solo do Neal Schon no final. Esssa versão é de 1982 e é um pouco diferente da versão de estúdio (ficou melhor, imo).



Stay heavy =)

terça-feira, 31 de março de 2009

Janela ou Corredor?

Eu gosto de dividir as pessoas em dois grandes grupos: aqueles que preferem sentar na janela e aqueles que preferem o corredor.

A pessoa que senta na janela tem a certeza de que não vai ser interrompida durante sua viagem. Se ela assim desejar, poderá passar a viagem inteira sentada em seu assento, tranquila. Mais provável, claro, será que em algum ponto de sua jornada, ela resolva ir ao banheiro, ou dar uma volta (se estivermos falando de avião) ou qualquer outra coisa. E nesse momento ela será obrigada a cutucar a pessoa do corredor, murmurar um "licencinha" e interromper aquele agradável sonho com a Nicole Kidman que o outro poderia estar tendo.

Tudo isso faz parte do jogo, porém. Pois o indivíduo que prefere sentar no corredor sabe que cedo ou tarde ele vai ser interrompido. Então por que diabos alguém iria preferir sentar no corredor? A resposta é óbvia: para não ter que incomodar ninguém. Há uma certa tranquilidade em saber que você poderá passar a viagem inteira livre, sem ter que interromper ninguém, tendo a liberdade de ir ao banheiro ou qualquer coisa assim no momento desejado sem que ninguém possa pensar em reclamar com você.


(Dica: é uma metáfora)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (23) - Considerações Finais

A reação que eu mais obtive nesses últimos meses quando eu dizia que estava (ou iria) na Coréia do Sul foi um surpreso "Fazer o que na Coréia do Sul??", como se a ida pra um país como esse tivesse que ter um motivo maior do que apenas turismo. O que eu tenho pra dizer pra essas pessoas agora é que se elas tivessem tido a oportunidade de experimentar a Coréia do Sul como eu tive, da próxima vez elas certamente diriam "Coréia do Sul, que irado!!", como costumam fazer quando alguém vai para Paris ou algum lugar do tipo.

Eles vendem uma camisa por lá que diz "Korea: the best kept secret of Asia" e essa é realmente a sensação que fica. As pessoas não conhecem, não sabem como é a qualidade de vida lá é boa, não só pra quem mora lá, mas para os visitantes também, porque tem muita coisa bonita pra ver, museus de todos os tipos, inúmeros parques e palácios e até mesmo a noite é mais agitada do que muitas no Brasil. Eu não digo isso criticando a ignorância das pessoas quanto a Coréia, porque eu mesmo não fazia idéia do que esperar e só fui pra lá por força das circunstâncias. Mas fico muito feliz que eu tenha ido.

E um parágrafo especial para o povo coreano. Porque isso realmente me impressionou. Eu não sou o cara mais viajado do mundo, mas já estive em alguma meia dúzia de lugares, França, Suiça, Estados Unidos e em nenhum desses lugares eu me senti tão acolhido quanto na Coréia. Todos os coreanos fazem você se sentir em casa. É um povo simples, alegre, que parece sentir felicidade com as menores coisas da vida. Eu amei o país, mas se tem algo que eu realmente me tornei fã foi das pessoas.

Deixando de lado o lugar em si, também é preciso ressaltar a importância do enriquecimento pessoal que uma viagem como essa proporciona. Vi pessoas de todos os tipos, de todas as raças, coreanos, chineses, japoneses, africanos, árabes (turbantes!), russos, europeus, americanos. A sensação de andar sozinho por um país tão longe e diferente do seu é uma coisa incrível. Dá uma sensação de liberdade, de poder. Depois de tudo isso eu sinto que eu posso saltar em qualquer aeroporto do mundo e me sentir em casa.

Faltando uma semana pra voltar pro Brasil eu estava morrendo de saudades de casa e contando os dias pra viagem. Durante a semana, porém, essa saudade foi se misturando com uma tristeza enorme, que aumentava a cada dia. Nas minhas últimas horas em Seul, ontem, eu sentei na escada da casa e fiquei olhando a cidade. Chorei. Chorei como há muito tempo não chorava, entrei em prantos e não consegui parar de chorar praticamente até entrar no avião.

Deixo a Coréia do Sul com um aperto no coração. Deixo-a feliz por voltar pra casa, triste por deixá-la, mas com a promessa de que um dia, por mais distante que ainda esteja, eu irei retornar.

Oriente-se! (22) - Ladies and Gentleman, We Have Begin Our Aproach

Segunda feira, 23 de Fevereiro, 9h




Estou de volta a Johannesburg. Cheguei aqui faz uma hora e falta mais uma hora e meia pro meu voo partir. De volta pro Brasil.


A minha noite na Coréia não foi tão divertida. O bar estava cheio demais e acho que eu estava deprimido demais pra ficar por lá, então voltei pra casa cedo. Não sem antes dar uma abraço no Mr. Woo. Sentirei falta dele. Em casa eu dei uma arrumada nas coisas e vi meu time ser eliminado de maneira ridícula. Back to real life, han.


Sexta acordei e terminei de fazer minha mala, com ajuda da Deda. Almocei pela última vez com a minha tia e fiquei esperando o motorista chegar. Chorei muito enquanto esperava. Acho que eu não imaginava que eu fosse ficar tão triste, mas fiquei. Foi duro me despedir de todo mundo, nem parecia que minha tia vai voltar pro Brasil daqui a apenas um mês.


No aeroporto foi tudo tranquilo, assim como a viagem, que eu dormi praticamente o tempo inteiro. Agora faltam apenas mais dois voos, esse de 9h e depois de São Paulo pro Rio. Não vejo a hora de chegar em casa e abraçar minha mãe, a Raphaella, o Luke... não vejo a hora de tomar banho no meu chuveiro e deitar na minha cama.


Sim, sentimentos contraditórios. Não gostou? Me processe.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (21) - Reta Final

Sábado, 21 de Fevereiro, 18h


Acabei não escrevendo aqui nessa semana que passou, mas acredito que eu tive meus motivos. De segunda a quarta meus dias não foram dos mais emocionantes, o que me fez esperar ter algo pra contar antes de escrever aqui. A partir de quinta, porém, as coisas pegaram um ritmo alucinante e eu realmente não tive tempo de parar na frente do laptop. Agora mesmo eu estou aqui, mas estou ridiculamente cansado e só a vontade de atualizar mesmo me mantém acordado.

Segunda eu tirei o dia pra fazer compras. Fui com a Deda e o Luis até o saudoso Namdeamun, aonde comprei várias roupas. Estava um frio aterrorizante. Terça, novamente, fui a Insadong, aonde comprei presentes aleatórios para pessoas aleatórias.

Quarta fiz um programa mais interessante. Fui até o War Memorial, que é um museu enoooorme só sobre as guerras vividas pela Coréia, desde o período medieval até as forças expedicionárias coreanas na Somália e em outros. Claro que o maior foco é a Guerra da Coréia, e é aonde tem as coisas mais interessantes. Mas o museu é realmente enorme e muito bem feito. Tem várias esculturas lindas na entrada e dentro do museu existem uma reproduções em tamanho real de batalhas e outras coisas, algo realmente sensacional. Tem também vários veículos à mostra, desde tanques até aviões. Foi o museu mais divertido que eu fui aqui.

Quinta feira eu madruguei. Estava planejando voltar no Bukhansan National Park, então acordei bem cedinho, arrumei minha mochila e fui-me. Estava frio pra cacete, temperatura negativa. Foi engraçado, eram umas 7h quando eu saí, aí aqui do lado tinha umas 20 crianças e adolescentes estrangeiros esperando o ônibus pra escola (ou assim parecceu). Tinha um garoto ruivo ruivo, no melhor estilo Rony Weasley. Me senti na Escócia ou algo por alguns momentos.

Caminhei até o mercado, comprei duas garrafinhas de água. Depois fui até o Subway comprar um sanduíche pra comer lá, mas estava fechado. Felizmente do lado havia um tal de Quiznos Sub, que descobri ser basicamente a mesma coisa, então pude pegar meu metrô feliz e contente, com a certeza que de fome eu não morreria.

Fui até a última estação da linha 3, Gupabal. Mas o parque ainda não estava ali. Tive que pegar um ônibus, que eu não fazia idéia de qual era, mas eu sou muito esperto e segui uns coreanos vestidos de hiking (sim, pq eles tem todo um uniforme, é impressionante).

Cheguei enfim ao parque. Já disse bastante como ele é bonito, então não vou repetir, mas ele é. Eu planejava ir até a maior montanha de lá, mas o Mr. Kwon me ligou e disse que tinha falado com o serviço de montanhas do parque e eles disseram que estava muito perigosa a subida, porque ainda tinha muito gelo na pedra e eles pediam pra ninguém subir. Então ele me sugeriu outra montanha e pediu pra eu dar o telefone pra algum coreano que estivesse perto de mim. Ele falou com o coreano por algum tempo e pediu pra ele me indicar o caminho, o que ele fez. Enquanto ele estava no telefone, porém, eu fiquei brincando com o maior cachorro do mundo. Sério, pena que eu não lembrei de tirar uma foto, porque era algo assustador. Ele tinha cara de husky, mas muito muito peludo e muito muito maior. Lindo.

Já com uma direção, fui em frente. Cheguei até o grande portão no cume do morro depois de umas 2h. Achei uma pedra confortável por ali e sentei pra comer meu sanduíche. Enquanto eu comia, toda pessoa que passava parava pra me dar oi, alguns até ficaram um tempo conversando, o que não quer dizer que eu tenha entendido alguma coisa, porque nenhum deles conseguia falar inglês direito. Uma senhora inclusive me deu uma tangerina. Mó legal.

Depois andei um pouco pelo cume para o lado esquerdo, aonde cheguei a uns lugares fodas. Tirei umas fotos e voltei, e resolvi subir pelo lado direito, aonde ficava um dos grande picos do parque. Lá que o negócio ficou assustador. Primeiro pelo frio. Já estava bastante frio, mas lá em cima, na pedra lisa, você não tem proteção nenhuma e o vento castigava. Estava fácil uma sensação térmica de -15 e talvez mais. Aí eu tinha que subir pelo cume, na pedra lisa, com aquele vento na minha cara, a uma altura de uns 700m. Foi bem desesperador, mas eu descobri que eu sou um cara bem orgulhoso com essas coisas. Enquanto eu lá estava tremendo de frio e nervoso, vários coreanos passavam por mim tranquilões, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Engoli meu medo e fui em frente, chegando enfim ao topo, aonde tem uma pedras empilhadas, um negócio meio stonehenge, mó foda. Me senti mó feliz de ter chegado até lá.

(acabei de ler o Stonehenge do Cornwell aliás, o que não tem nada a ver com o assunto, mas me veio na cabeça).

Depois, voltei. Pensei em voltar pelo outro lado do morro, mas é fato que eu me perderia, então voltei por onde eu tinha subido. Estava exausto. Eu caminhava, caminhava, aí vinha uma placa escrito 'exit, 5,3km'. Desesperador. Mas fui indo, e enfim, cheguei na saída.

Quando eu estava perto da saída, um coreano veio falar comigo. Perguntou 'where are you going?'. Eu disse que pra saída. Ele assentiu e continuou andando na mesma direção, como estava antes. Quando chegamos na saída ele falou comigo de novo 'ok, here is the exit, where are you going now?' hahuahuahuha conversamos um pouco e ele me ofereceu uma carona até o metrô. Fiquei meio assim de aceitar, não conhecia o cara nem nada, mas minhas experiências com o povo coreano tem sido tão positivas que eu aceitei a carona. Fiz bem, porque o cara era realmente gente fina e aquela carona me salvou muito tempo e cansaço.

Saltei aqui perto, ainda comi outro Quiznos Sub e voltei pra casa, aonde desmaiei de cansaço (já eram umas 17h). Acordei pra jantar (me acordaram, actually) e depois resolvi dar uma saída, pra aproveitar meus últimos dias aqui e tal. Fui no Woodstock, como sempre. Estava vazio, provavelmente pelo frio e por ser uma quinta feira, mas ainda assim foi divertido, fiquei lá até umas 2h conversando com o mr. woo e com as garçonetes bonitinhas dele. Na volta pra casa começou a nevar bastante, foi mó momento mágico assim [gay].

Needless to say que eu dormi pra sempre e acordei bem depois de meio dia na sexta. Meus joelhos estavam rangendo de tanta dor, pelo esforço do dia anterior. Almoçei e fui com a Deda até o Bus Terminal, aonde tem um mercado subterrâneo gigantesco. Roupas, roupas e mais roupas. Eu achava que o Nandeamun era barato, mas tinha umas coisas impressionantes ali. Uns montes de roupas, tudo jogado e bagunçado, mas enormes, cada peça custando um won. Sim, UM won, ou dois reais, se você preferir. Claro que grande parte era vagabundo, mas tinha muita coisa legal. Pena que basicamente só tinha roupa pra mulher, então pra mim eu não comprei basicamente nada.

Voltamos pra casa umas 7h, aonde eu jantei com a minha tia, como sempre. Depois tomei um banho rápido e fui com a Deda e o Luis até um restaurante aqui perto, aonde era aniversário de um amigo deles, um brasileiro que mora aqui. Só tinha brasileiro na mesa, umas 8 pessoas. Fiquei lá por cerca de uma hora, com a minha costumeira sociabilidade e depois fui embora.

Peguei o metrô e tentei algo diferente dessa vez. Fui até Hongik University, que eu já tinha ido uma vez com meu irmão. Aqui em Itaewon tem muita gente a noite e tal, mas eu acho que os coreanos mesmo vão pra Honkig, porque lá fica incrivelmente cheio de gente na rua.

Eu estava procurando um bar chamado Sapiens 7, que pelo o que eu entendi tinha bandas de metal tocando as vezes. Depois de muito perguntar, finalmente consegui uma alma caridosa que basicamente me levou até o lugar assim.

Cheguei lá eram umas 22h30 e eu pensando "po, tá cedo ainda". Nada, mó vazio o lugar. Tinha só uma mesa ocupada por um grupo de pessoas e nada mais. Fiquei conversando com a garçonete e ela disse que o show já tinha acabado, que os shows lá começam umas 19h. Que espécie de show começa as 19h po? O lugar parece ser bacana, porém, o dono (ou gerente, sei lá) é um coreano com o cabelo maior que o meu que toca numa banda coreana de black metal. Tava até vendendo os cd's dele lá, por 7 wons. Pensei em comprar, mas tinha cara de ser ruim demais, não quis gastar meu dinheiro naquilo. Tomei uma cerveja só e voltei para o meu canto, pro Woodstock.

Que hoje estava animado pra caramba. Cheio de gente, uma banda boa que eu já tinha ouvido antes, a que tocou Stones e bla. Tocaram The Doors, foi mó divertido. Depois que o show acabou o bar foi esvaziando. Aí começou aquela briga pra escolher a música lá no computador hahuhahua

Eu sempre fico lá escolhendo músicas, mas procuro dar uma balanceada. Não vou sair botando só metal, primeiro porque não é legal, depois porque ninguém ia gostar assim. Aí foi engraçado que veio uma coreana de seus 30 anos já assim e botou várias músicas do Metallica. E Metallica bom assim, Master of Puppets, Battery. Mó foda e ela mó não tinha cara de quem ouvia isso huahuauha aí eu comentei com ela que curtia Metallica e ela ficou que nem uma louca lá do meu lado gritando BATTERY! BA ,TTE, RY! O pessoal pedindo pra tocar algo mais light e ela lá empolgadona huahuahuahua.

Ela foi embora em seguida, no fim ficou só eu, o mr woo e uma garçonete, um americano gente fina que está sempre lá e 3 alemães mó legais. O mr. woo ficou jogando sinuca com um dos alemães, o americano ficou tentando pegar a garçonete enquanto ela ficava dando foras nele e eu e os outros dois alemães ficamos ouvindo the doors nas alturas, cantando e dançando hahuahuhua depois ficamos conversando aquelas conversas de bêbado aonde nada parece fazer muito sentido e tudo parece mágico. Saí de lá 6h da manhã com eles me prometendo que eu seria o embaixador que ia salvar o mundo da bagunça ou algo do tipo.

Hoje tive que fazer um belo esforço pra acordar cedo, pois minha tia tinha marcado um passeio a uma cidade aqui perto. Acordei ainda meio tonto, mas fiz um esforço e fui. Valeu a pena, porque a cidade é realmente muito bonitinha, era uma cidade fortaleza em tempos idos então ela tem uma muralha envolvendo-a e alguns palácios muito bonitos. Voltamos umas 17h, eu dormi a viagem de volta toda.

Agora sentei aqui. Estou bem cansado, mas volto pro Brasil amanhã, então quero aproveitar minha última noite em terras coreanas. Mas ainda tenho que arrumar mala e tudo mais, então nem devo voltar tarde.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (20) - O Lugar Mais Bonito do Mundo

Domingo, 15 de Fevereiro, 20h50





Parei brother, já posso voltar pro Brasil. Depois da beleza do lugar que eu vi ontem eu não tenho mais empolgação pra ver nada, pois nada irá suplantar aquilo. A única coisa que me mantêm aqui é a minha pretensão de voltar nesse lugar antes de ir embora.

O lugar se chama Bukhansan National Park e fica na fronteira norte de Seul. Tinha chegado bem tarde na noite anterior mas fiz um esforço e acordei cedo. Roubei o motorista da minha tia, o grande Mr. Kwon e fomos até lá.

Eu não confio que a minha habilidade com palavras seja suficiente para dar justiça à beleza desse parque, mas vale lembrar que estamos no inverno, estação aonde as árvores morrem e tudo parece cinza e mesmo assim eu fiquei completamente fascinado pelo lugar. Mr. Kwon disse que se eu tivesse ido na primavera eu não ia querer sair dali nunca.

O parque é imenso, abrange mais de dez montanhas e você pode andar o dia inteiro por ele que você não vai conseguir ver tudo. As trilhas são muito divertidas, pois não é aquele tipo de trilha que você só pode ir por um caminho. Tem uma estradinha principal, claro, mas em geral você pode ir por qualquer lugar, andando pelas pedras que abundam no parque. Existem alguns riachos e cachoeiras, e volta e meia as trilhas passam por eles, deixando tudo mais bonito ainda.

O Mr. Kwon já é um senhor de serus 60 anos, ou sei lá quanto, então, mesmo que ainda tenha uma saúde de ferro, ele não quis ir nos picos mais altos. Fomos até um mais tranquilo, mas mesmo assim vc tem que ter uma boa forma pra subir aquilo. Nos trechos mais altos, você tem que andar em cima da pedra nua, com uma inclinação assustadora. Nessas horas olhar pra trás (pra baixo) não é uma opção.

Enfim, passamos a tarde inteira caminhando no parque. Quando chegamos lá em cima comemos um sanduíche, depois descemos pelo outro lado. Quando chegamos lá embaixo, pegamos um ônibus para voltar até onde estava o carro. Na volta demos carona pra um cara e duas mulheres que encontramos por acaso na saída. Tínhamos falado com eles durante o passeio, dado informações ou coisa que o valha e o Mr. Kwon é mó boa praça assim, faz amizade com uma facilidade incrível, então quando viu eles na saída não hesitou em oferecer uma carona.

É uma situação bem bizarra andar num carro com 4 coreanos conversando animadamente. É bizarro você não entender NADA que as pessoas estão falando. Depois de um tempo ele me apresentou, aí, claro, virei a atração do carro, todo mundo querendo treinar o inglês, perguntando de onde eu era, minha idade, o que eu estava fazendo na Coréia. Perguntaram até se eu tinha namorada e ficaram rindo quando eu disse que sim.

Enfim, foi um passeio realmente foda
. Pretendo voltar lá essa semana, mas dessa vez terei que ir sozinho. Estou com um ligeiro medo de me perder e um medo um pouquinho maior de subir o pico que eu pretendo subir (850m). Segundo o Mr. Kwon, esse pico tem umas partes tão íngremes que eles deixam uma corda na pedra pra você conseguir subir. Scary.


Cheguei em casa bem cansado, mas resolvi aproveitar minha última semana aqui e fui de novo no Woodstock. Estava lotado. Fiquei o tempo inteiro conversando com um coreano da minha idade que estava lá sozinho. Veio me perguntar se eu tocava baixo (pq eu estava acompanhando o baixo da banda com os meus dedos na mesa), aí ficamos conversando sobre música basicamente, mas o inglês dele era tão precário que eu não conseguia entender nada que ele falava. Fora que toda hora ele tinha que pegar o celular dele pra traduzir alguma palavra que ele não sabia falar.

A primeira banda era legal, tocou umas músicas bacanas, inclusive Every Rose Has Its Thorns, do Poison, o que eu achei uma surpresa. A segunda banda era horrível, uma bateria alta pra caralho e duas guitarras apenas. Estranho como bandas sem baixo soam esquisitas.

Mas ontem eu enchi o saco cedo, tava com fome e com vontade de falar com minha amada Raphaella, então voltei pra casa antes de 1h (não sem antes comer no Burger King).


Hoje acordei cedo novamente, fui com a minha tia no Museu Nacional. Gigantesco o museu e muito bonito. É tão grande que nós passamos a tarde inteira lá e não vimos nem metade das coisas. Voltamos pra cara agora de noite e agora há pouco comemos um belo pato preparado pelo Luis. Agora eu estou morrendo de sono. Pensei em sair de novo, mas hoje a temperatura aqui voltou a incomodar, passando da casa dos -5. Esse frio terrível e o meu grande cansaço (museu cansa mais do que parece) vão fazer com que eu fique em casa hoje.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (19) - Histórias da Night Coreana

Sábado, 14 de Fevereiro, 20h40


Ontem fiquei em casa o dia inteiro, por causa da chuva e do cansaço. De noite, porém, o tempo melhorou e eu resolvi ir até o Woodstock. Fiquei a grande maior parte do tempo sozinho, tomando uma cerveja e assistindo o show (uma banda de blues, muito boa por sinal, tocaram várias músicas dos Stones e bla \o\). Mas, como aparentemente é de praxe nas noites coreanas, minha saída não foi isenta de acontecimentos curiosos.

Portanto,

1. Tinha um alemão do meu lado. Parecia totalmente deprimido, com a mão na cabeça e tal. Um pouco depois chegou uma coreana já com seus 40 anos, começa a bater papo com ele e eles logo saem juntos. Uma hora depois ela volta sozinha, totalmente bêbada. Me vê e começa a pegar minha mão pra dançar comigo. Eu não danço, então claro que tentei tirar a minha mão mas tentando não ser grosso com a bêbada. Nisso ela senta do meu lado e tenta me beijar! Claro que eu desviei e tal e tentei empurrar ela pra longe. Ela ficou mó sentida e ficou perguntando porquê, falando que era limpa e tal. Foi quando eu finalmente cheguei a brilhante conclusão que devia ser uma prostituta (y). Falei pra ela que tinha namorada e que não queria e saí de perto. Ela ficou sentada no banquinho, até uma hora que ela DESMORONOU assim e ninguém pareceu reparar. Lá fui eu levantar a bêbada. Joguei ela num sofá que tinha lá, aonde ela dormiu instantaneamente. Quando eu fui embora ela ainda estava lá dormindo.

2. Certa hora uma das garçonetes veio falar comigo:
- E aí, cadê o resto dos membros? :D
- Que?
- Os membros da sua banda po!
- Que?
- Você não tocou aqui semana passada??
Disse pra ela que nem era eu, ela ficou super sem graça e ficou pedindo desculpas. Fiz a piadinha clássica do "deve ser meu cabelo", que sempre funciona. Depois de algum tempo ela volta e me pergunta se eu tinha aparecido na televisão. Eu disse que também não, aí ela ficou falando que estava me reconhecendo de algum lugar. Eu disse que provavelmente era dali mesmo, porque eu já tinha ido no bar antes, mas ela disse que lembrava de mim no bar, mas me reconhecia de outro lugar. Vai entender.

3. O Mr Woo (velhinho da sinuca) estava dormindo copiosamente quando eu cheguei lá. Acordou no meio do show, me viu, veio me dar um abraço, e fez questão de pagar tequilas pra mim, como sempre.

4. Eu sou uma vergonha jogando sinuca, não ganho nem de uma coreana bêbada. Resolvi jogar um pouco, eu e um canadense gente fina contra um casal de coreanos. Ganhamos, porque o canadense mó jogava pra caralho. Depois a garota coreana quis jogar uma partida individual comigo. Aceitei mó cheio de marra, achando que ia ganhar mole. Comecei o jogo e já matei quatro bolas em seguida fiquei com aquele ar de "ih, preciso diminuir o ritmo, a pobrezinha vai acabar ficando ofendida". Não acertei mais nenhuma bola desde então e ela ganhou o jogo com extrema facilidade. Só me restou dar os parabéns e ficar com aquela cara de "ah, você joga bem, mas no fundo você sabe que eu deixei, né?". Patético.

5. Depois do jogo fiquei um bom tempo tentando ensinar meu nome pro casal. De jeito nenhum eles conseguiam falar "Bruno". Não que eu conseguisse falar o nome deles direito, mas enfim.


Fui embora quando acabou o show, até porque estava quase vazio o lugar. Foi uma noite agradável anyway. O bar é muito legal, queria que tivesse um lugar assim no Rio. Ia viver por lá.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (18) - Zona Desmilitarizada!

Sexta-feira, 13 de Fevereiro, 14h30


Ok, esse título é uma grande mentira, porque todo mundo lá está armado até os dentes (é a zona desmilitarizada mais armada do mundo). Mas foi um dos auges da viagem até agora, ontem fiz um tour até a zona desmilitarizada que divide a Coréia do Sul da Coréia do Norte e até a cidade de Panmunjon, aonde fica a Joint Security Area, que, como o nome diz, é mantida pelos dois lados.

As coréias ainda estão em estado de guerra. Embora não haja nenhum conflito desde a década de 50, a paz nunca foi assinada e o que impede as coréias de voltar ao conflito é o armistício assinado em 1953 em Panmujon. Esse armistício dividiu oficialmente as coréias em duas partes e criou a zona desmilitarizada na fronteira. Dentro dessa zona desmilitarizada foi criada a Joint Security Area, que era uma área organizada conjuntamente.

Essa organização durou até 1976, quando aconteceu o Axe Murder Incident. Um grupo de homens sul coreanos e americanos foi mandado pra cortar uma árvore que bloqueava a visão entre dois postos de observação. Chegando na árvore, havia um grupo muito maior de norte coreanos, que atacou o primeiro grupo, matando dois homens. Desde então, a Joint Security Area foi também dividida em duas, e hoje a única parte realmente neutra é uma pequena casa aonde os líderes de ambos os países se reúnem para acordos diplomáticos ou coisa do tipo. A casa fica exatamente em cima de uma tira de cimento que marca a divisão.


Mas deixemos essa parte interessante da história (mas que eu sei que ninguém liga) um pouco de lado e falemos do passeio.


Fui com o Luis, saímos daqui antes das 8h (!) e fomos até o hotel mais luxuoso da cidade, de onde sairia o tour. Fomos de ônibus até a cidadezinha de Imjingak, aonde pudemos ver a Freedom Bridge, aonde prisioneiros da Coréia do Norte foram libertados. Tem vários monumentos por ali, a maioria em homenagem a participação dos Estados Unidos na guerra.

De lá fomos até o Terceiro Tunel. A partir da década de 70, foram descobertos diversos túneis pela fronteira, que alegadamente os norte coreanos construíam com o intuito de invadir a Coréia do Sul. Fomos até o terceiro desses túneis, descemos até lá embaixo, muito irado. Só não é indicado pra pessoas muito altas ou com problema de coluna, porque vc tem que ficar meio abaixado o tempo inteiro.

Depois disso fomos até o Dora Observatory, que eu acredito que seja muito legal normalmente, mas o tempo estava tão foggy que não conseguimos ver muita coisa. Mas teria dado pra ver Kesung, a segunda maior cidade da Coréia do Norte. Então fomos para Dorasan Station, a estação de trem mais perto da fronteira. Bonita a estação, mas também não tinha nada de muito excitante lá.


Pois a parte realmente excitante vinha em seguida, depois do almoço (coreano). Entramos em Panmunjon, aonde o nível de segurança cresce exponencialmente. Não podemos ficar nenhum momento sem a presença de soldados e só podíamos andar por lá em filas indianas.

Fomos primeiro ao Camp Bonifas (nome em homenagem ao soldado que morreu no Axe Murder Incident), aonde vimos a casa de comando das Nações Unidas (que ainda tem homens lá) e assistimos um pequeno vídeo que falava sobre a guerra e o local. Depois fomos até a Joint Security Area, aonde entramos na casa que fica em cima da MDL (military demarcation line, que marca a divisão entre os dois países). A casa é bem pequena e tem apenas uma série de mesas, aonde os líderes de ambos os países podem se encontrar para discussões diplomáticas e tudo mais. A mesa principal, inclusive, está na mesma linha da demarcação da fronteira, de modo que as pessoas possam sentar e mesmo assim estarem do lado do seu país. Do lado de fora, muitos guardas da elite coreana, assim ccomo alguns guardas norte coreanos do outro lado. Justamente por isso, o lema dos sul coreanos é "In Front of Them All".

Depois disso fomos até um dos postos de guarda, aonde podemos ver bem de longe a "propaganda village", que é uma cidade fantasma na coréia do norte, onde até hoje existem auto falantes que fazem propaganda do governo norte coreano. Ainda assim, alguns trabalhadores são vistos lá, para manter a cidade e administrar a bandeira, que está colocada no alto do maior mastro do mundo (160m). Depois fomos até o local do Axe Murder Incident, aonde hoje existe um monumento e passamos em frente a Bridge of No Return, aonde em 1953 os prisioneiros de guerra de ambos os lados foram soltos. Eles podiam escolher pra que lado ir, mas depois de escolhidos, jamais poderiam voltar para o outro lado (daí o nome).


Depois de tanta coisa, voltamos para o ônibus, aonde eu dormi profundamente até chegarmos em casa. Jantei e depois fui dormir de verdade, pois estava muito cansado. Hoje o dia amanheceu nublado e logo começou um belo temporal, que dura até agora. Dia também conhecido como "dia pra se ficar em casa" =)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (17) - Vislumbre do Futuro

Quarta-feira, 11 de Fevereiro, 21h30


Ontem eu tive o privilégio de ter um vislumbre do que eu espero que seja meu futuro. Fui com a minha tia até a embaixada brasileira aqui de Seul, conheci todos os funcionários e vislubrei um pouco do trabalho que eles fazem lá diariamente. Gostei bastante, foi um lugar que eu realmente consegui me ver trabalhando no futuro.

Almoçamos em um restaurante ali do lado e de tarde dei uma caminhada nas redondezas. Descobri um parque por ali que, como a maioria dos parques por aqui, tinha uma trilha que levava até lá em cima. Como um bom coreano, subi aquela clássica escadalhada e cheguei até lá o topo. Não era tão alto assim anyway. Depois voltei até a embaixada e vim pra casa com a minha tia.


Hoje eu acordei cedinho, mas fiquei com uma preguiça estupenda e acabei cochilando antes do almoço. Acordei de novo umas 15h e saí de casa, meio sem rumo. Acabei indo até Insadong, que eu já tinha passado rapidamente com meu irmão uma vez. Dessa vez fui com mais calma, olhei todas as lojinhas (são muitas) e acabei comprando uma coisa ou outra. Foi bem agradável.

Uma hora eu passei por um ruela, aí tinha um velhinho coreano com uma barraquinha de tangerinas. Ele me chamou, me perguntou se eu era americano, depois perguntou se eu era russo e abriu um sorriso quando eu disse que era brasileiro. Descascou uma tangerina e me deu um pedaço. Perguntou se estava gostosa, eu disse que sim (realmente, mó boa), aí disse que "five for 1 tousan". Acabei comprando, mó legal o velhinho e mó boa a tangerina =|

Na volta comi no Mcdonald's e me senti em casa por alguns instantes.


Edit: Esqueci de mencionar uma saída, que não nada super empolgante, mas enfim. Segunda-feira, fui até o outro grande bairro de compras daqui, o Dongdaemun. Era aonde ficava o antigo estádio que foi demolido na época da copa de 2002, agora virou um grande mercado de rua. E nas ruas do lado tem uns 5 shoppings basicamente só de roupas. Entrei em um deles, que é mais voltado pra jovens, mas nem fiquei muito tempo. Quando os vendedores veem um ocidental os olhinhos deles já brilham e já vem encher o saco, o que deixa a tarefa de observar as coisas bem desagradáveis.


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (16) - Violando Túmulos

Domingo, 8 de Fevereiro, 4h10


Hoje foi um dia bacana.

Saí de Seul pela primeira vez. A Coréia do Sul não é um país grande, então não dá pra você ir pra muito longe de Seul, mas fomos até uma cidade bem pertinha, chamada Guri.

Primeiros fomos a um templo budista que tem na região. Fica nas montanhas, então tem que dar uma bela subida pra chegar até lá. Acredito que a vista lá seja linda, mas o dia hoje nasceu com uma neblina incrível. Deu um visual legal anyway, e a montanha que a gente estava era mó legal. Não subi até o topo, porque estava com a minha tia, mas ficamos ali perto do templo, que era bem simpático.

Depois fizemos um lanchinho e fomos até um parque que é uma espécie de cemitério (nao é macabro quanto parece falando assim) aonde os reis de uma antiga dinastia coreana foram enterrados. Existem 9 túmulos no parque e a curiosidade é que a tradição coreana de enterros é a de enterrar "pra cima". Eles erguem morrinhos (no caso dos reis, morrões) e enterram as pessoas lá.

E o lugar é lindo. Dizem que é mais bonito na primavera, mas eu sinceramente estou apaixonado por essa paisagem de inverno e hoje com toda aquela neblina ficou um clima meio místico assim muito irado.

Teoricamente você não pode subir os morros, já que são as tumbas e tal. Eu estava com o Luis (empregado daqui, super gente fina) e o Mr Kwon, que é o motorista coreano, uma figuraça. Velhinho já, mas animado como poucos. Tem uns riachozinhos congelados no parque, eu e o Luis ficamos olhando, pensando se dava pra andar em cima, quando olhávamos pro lado estava o Mr Kwon lá deslizando felizão ahuhauhhua

Mas ele é meio louco, pulou a gradezinha e começou a subir o morro assim. Se ele pode eu tambem posso. Fui atrás, subimos até o topo, aonde tem umas estátuas fodas de pedra. Tava um visual foda dali de cima, tiramos várias fotos, foi mó legal.

Depois disso voltamos pra casa. Tava pensando em sair hoje a noite, mas cheguei tão cansado de andar que dormi depois do jantar e só acordei mais de meia noite. Então aqui estou, tentando ficar com sono pra não dormir pra sempre amanhã =|

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (15) - Mundo Mágico dos Eletrônicos

Sexta, 6 de Fevereiro, 22h15


Quarta feira passada fui no Yongsan Electronic Market, um shopping de vários andares só de eletrônicos. Se você consegue plugar, você acha ali. É um dos maiores da Ásia e o maior da Coréia (de longe).

É assustador a quantidade de coisas que a gente acha lá, é tanta coisa que você fica perdido no meio do negócio. Tinha ido lá só pra comprar o Ipod do Mia, mas tive que me controlar pra não sair carregando um DS, um netbook, um Wii... até porque os preços também são excelentes.

Tentei não ficar muito tempo lá e voltei pra casa. De noite fomos jantar aqui perto em um restaurante italiano, pois era a despedida do meu irmão. Uma garçonete nos atendeu.

Eu já comentei como as coreanas são fofas? Pois elas são muito. A gente pediu uma entrada, um prato de frutos do mar. E o povo coreano em geral entende muito bem o inglês, mas tem muita dificuldade em falar. A maioria não fala e os que falam falam com um sotaque tão ruim que você acha que eles ainda estão falando em coreano. Essa garçonete entendia tudo que a gente dizia, mas não conseguia falar. Era mó tímida mas atenciosa, queria dizer que a entrada que a gente pediu era muito apimentada, ficou mó tempão tentando explicar e a gente tentando adivinhar. Ela super sem graça, muito fofa.

Aí ela anotou o pedido e depois de um tempo voltou, mais sem graça ainda, pra tentar explicar que infelizmente eles não tinha mais aquele prato. Porque assim, os coreanos odeiam "errar". Ter uma coisa no cardápio que não tem no restaurante é uma falta grave pra eles e eles se sentem realmente mal com aquilo. A pobre da garota pediu desculpas por horas, toda envergonhada, fiquei com mó dó dela. Acabou que depois do jantar eles ainda deram uma sobremesa de graça pra gente.

No dia seguinte meu irmão ia embora, mas acabou nem indo porque o voo foi cancelado. Mas ele não quis sair comigo, então saí sozinho como sempre. Caminhei aqui por Itaewon, sem um rumo definido. Encontrei um Subway, resolvi provar. Bem melhor que o da Africa do Sul, mas ainda abaixo do Subway brasileiro. De lá rodei um pouco por algumas barraquinhas (camelôs), comprei uma pulserinha pra mim e depois dei uma longa caminhada pro outro lado aonde minha tia disse que tinha uma sorveteria gostosa.

Era bem longe e eu não achei que fosse achar, mas achei. Não é exatamente sorvete, é iogurte de fruta e tal, com pedaços de gelo, um negócio meio estranho mas delicioso. Como é um negócio meio diferente, eu tive que fazer várias perguntas pra atendente e novamente me confrontei com a fofura das coreanas que não conseguem falar inglês hauhahaha acabou que eu não entendi nada do que ela falou mas comi mesmo assim, e estava mó gostoso. Depois disso voltei pra casa e por aqui fiquei.

Hoje não fiz nada de interessante, mas vi um filme legal agora, The Mission, com o De Niro, Jeremy Irons e Liam Neeson.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (14) - Mais Palácios e Compras

Terça feira, 3 de Fevereiro, 23h


Nem deu pro Federer hein.

Ontem eu parecia estar de ressaca pela derrota do Federer, pois a preguiça estava enorme. Íamos ao War Memorial, aka Museu da Guerra, aqui perto, mas quando estávamos saindo minha tia lembrou que era segunda feira e que a maioria dos museus fecha na segunda. Entrei no site e realmente estava fechado.

Acabou que favoreceu minha preguiça. No almoço comi um prato típico coreano, que eu sinceramente não lembro do nome. Você ganha uma vasilha grande com arroz e um ovo, aí a travessa principal na mesa tem alguns vegetais, alguns grãos, uma carninha picada e uma coisa ou outra a mais. A idéia é botar um pouquinho de cada na vasilha, adicionar a pimenta vermelha (que também é tradicional daqui) e misturar tudo bastante. Nojento? Pode ser, mas é surpreendentemente gostoso, me amarrei mesmo. E olha que eu sou meio fresco com comida =)

De resto, fiquei em casa. Só saí pra ir em um café aqui do lado com minha tia. Passion, o nome, e tem nacionalidade francesa, italiana e alemã. Acho que foi o café mais gostoso que eu já fui. E mais caro, mas minha tia pagou tudo, então beleza. Comi um pedaço de torta de morango (sensacional, é tão leve que dava pra comer a torta inteira sem enjoar, sem exagero) e tomei um chocolate quente (também incrível, vinha até com conhaque pra você botar). Depois no jantar comemos um porco recheado que também estava muito gostoso.

Até que gastronomicamente o dia foi bem interessante.

Hoje acordei mais cedo, almocei e saí. Fui até outro dos palácios da cidade, o menor deles, chamado Deoksugung. O palácio fica bem no meio de uma das avenidas mais movimentadas da cidade e é o palácio com mais influências ocidentais. Um dos prédios foi inclusive projetado por um arquiteto russo. Como sempre muito bonito o palácio, menorzinho e tal. Tem um museu lá dentro (como sempre) mas não achei grande coisa.

Mas o mais legal foi na saída, que eu peguei a cerimônia da troca da guarda. Muito foda! De lá fui até um riacho que tem ali perto, que também é um dos símbolos da cidade. E depois disso caminhei até o Nandaemun, aquele mercado legal que também fica na região. Me perdi nos becos do mercado e saí de lá com um casaco (bem leve, bom pra usar no Rio) e uma blusa com a bandeira da Coréia. Me segurei pra não comprar mais coisa, porque o mercado é enorme e tem muita coisa bacana, embora a maioria seja pra frio (que não teria muito uso no Rio). Eu prefiro comprar mais coisas mais perto do final da viagem, então ainda pretendo voltar lá.

De lá voltei pra casa e jantei com o pessoal. Agora estou aqui no quarto, lendo e escrevendo bastante. Amanhã não sei o que farei, mas hei de inventar algum programa.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (13) - Preguiça

Domingo, 1 de Fevereiro, 21h


Parei agora pra ver televisão pela primeira vez aqui na Coréia. Nada de Fantástico, estou vendo a final do Australian Open, entre Federer x Nadal. Incrível como esses dois sempre realizam jogos sensacionais e incrível como o Nadal sempre ganha. Infelizmente eu torço ferrenhamente pro Federer, então estou aqui sofrendo, pois a coisa não parece que vai ser diferente hoje.

Pelo menos estou aproveitando a imagem dessa televisão que deve ser maior que a minha casa. Ela não apenas tem mais de 50 polegadas (fácil) como ela tem uma base enorme, ela parece um móvel assim. Devia ser um modelo de luxo há uns 6 anos, quando as tvs finas de hoje em dia não estavam bem estabelecidas no mercado. Minha tia disse que foi o embaixador passado daqui que comprou, pra assistir a copa em 2002.

Mas sim, não escrevi esses dias. Muito por preguiça, muito porque eu não fiz grandes coisas. Sexta a noite teve um jantar de despedida de uma ministra que está aqui. Fomos a um restaurante italiano chiquérrimo, mó gostosa a comida. Fiquei mó calado o jantar inteiro, mas po, estava do lado de uma embaixadora e duas ministras, falando na maior parte do tempo sobre política. Vou falar o que? Melhor mesmo é ficar ouvindo.

Depois fui com meu irmão até o Woodstock. A banda não era tão boa dessa vez, mas o velhinho estava tão simpático como sempre. A noite não foi tão agitada como na primeira vez, ficamos basicamente só jogando sinuca, até umas 3h, quando eu consegui convencer meu irmão a ir embora.

Sábado eu acordei sem ressaca (mesmo com as tequilas) mas com uma preguiça impressionante. O tempo voltou a esfriar e o livro do Cornwell que eu estou lendo finalmente empolgou, então fiquei em casa o dia inteiro. Teria sido parecido com o dia de hoje, se minha tia não tivesse me chamado pra ir em um museu de arte aqui do lado chamado Leeum. Muito lindo o museu, tem uma parte sobre a arte das antigas dinastias coreanas que é muito foda. A outra parte a artes modernas e contemporaneas de artistas coreanos e estrangeiros. Tinha umas coisas sensacionais, mas outras meio bizarras, daquelas que vc pensa 'dude, wtf?'.

Voltei pra casa, dei uma cochilada e acordei pro jantar. Jantamos, depois fui com meu irmão comprar um sorvete aqui perto. Nada melhor que um sorvetinho nesse frio. Mas a temperatura melhorou até, hoje chegou a uns 8 graus, é um friozinho agradável até. Amanhã vou ver se dou uma agitada e faço algo de útil.


(2x2, tie break, go Federer!!)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Oriente-se! (12) - Palácios e Universidades

Sexta, 30 de Janeiro, 15h30



Uh, ontem o dia foi tão cansativo que nem escrevi aqui de noite. Saí com meu irmão antes do almoço. Pegamos o metrô e voltamos até o principal palácio da cidade, o Gyeongbokgung. Já tínhamos ido lá, mas estava fechado e tal, hoje estava aberto, então entramos.

O palácio é enorme, em termos de espaço, não de área construída. As construções são meio estreitas, normalmente fazendo um retângulo, mas o espaço interior e exterior é muito grande, com uns jardins lindos. Os únicos prédios grandes realmente são aqueles que haviam cerimônias e o que hoje está o Folk Museum of Korea, que conta a história do povo e tudo mais. Visitamos esse também, que é muito bonito, mas não ficamos tanto tempo por lá.

A cerca de um quilômetro de lá tem o outro grande palácio da cidade, Changdeokgung, que foi construído quando o primeiro fora vítima de um grande incêndio. A princípio os coreanos não quiseram reconstruí-lo, então construíram esse outro. Fomos andando. Nesse palácio você só pode entrar se acompanhado de um guia e o guia em inglês só saía depois de uma hora, então aproveitamos pra comer um sanduíche ali perto.

Enfim, entramos. E descobrimos que esse segundo palácio consegue ser mais bonito que o primeiro. Principalmente pelo fato de ele ser meio espalhado pelo terreno (enorme também), sem um rigor geométrico. Tem muitas árvores e lagos e as contruções parecem todas estarem em harmonia com a natureza. Algo meio élfico. No coração do palácio tem o que era conhecido como o Jardim Secreto, que antigamente ninguém tinha a autorização de ver. Hoje em dia, felizmente, a maior parte (ele é imenso) está aberta ao público e o negócio é realmente deslumbrante. Faz até parte de uma lista da Unesco.

Depois de tanto andar por palácio, estávamos cansados e nos perguntávamos se deveríamos ir pra casa. Demos uma olhada no guia, vimos uns bares e outros e resolvemos continuar na rua.

Pegamos o metrô e fomos até a estação dee Hongik University, que haviam me dito que tinha muitos jovens e bla. Chegamos lá, e aparentemente descobrimos o point dos coreanos. Milhares de gente na rua, sendo que 80% devia ter menos de 30 anos. O lugar fica perto de uma das grandes universidades de Seul, o que explica isso. As ruas são muito animadas, cheias de luzes, com bares e boates pululando.

Novamente com fome, paramos em um lugar um pouco mais familiar: Burguer King! O BK daqui é a mesma coisa do Rio, com seus Whopers, double cheese e tal, então pude finalmente matar a saudade de junk food.

Estávamos tentando achar um lugar com música ao vivo, de preferência boa. Entramos em uma ou duas quebradas que estavam fechadas ou não pareciam ser muito agradáveis. Finalmente entramos em um bar subterrâneo que parecia meio trash mas promissor. O lugar era bem simpático, mas não tinha quase ninguém e nem sinal de música. O dono, porém, era um coreano muito gente fina que ficou um tempão conversando com a gente, perguntando de onde éramos e tudo mais. Acabou nos indicando uns bares com música ao vivo na região. Foi muito solicito até, imprimiu mapinhas, deu indicações, mó simpático.

Tomamos umas duas cervejas ali mesmo e fomos procurar um dos outros bares. Nos perdemos (claro) mas achamos uma praça que tinha uma bandinha tocando. A bandinha era muito animada, tocando coisas tipo Lynyrd Skynyrd e Guns. Ficamos um tempinho ouvindo lá e resolvemos retomar a busca.

Depois de muito rodar, finalmente achamos um bar legal, chamado Freebird. O que não foi legal é que era noite de british rock, que eu sinceramente não tenho muita paciência. Ouvimos umas 2 bandas tocar até que resolvemos ir embora pra poder pegar o metrô aberto, pois já eram quase meia noite.

Chegamos em casa depois de uma grande jornada. Dormi profundamente e hoje acordei tardíssimo. Resolvi tirar o dia de hoje pra descansar. Quando eu viajo eu sinto uma pressão pra tentar aproveitar o máximo e tal, mas quando a viagem vai durar um mês, a gente pode ter o luxo de tirar um dia pra descansar em Seul. De qualquer forma, hoje a noite vai ter um jantar de despedida de uma ministra aqui, então vai dar pra dar uma saída mais tarde.