quinta-feira, 5 de junho de 2014

Um Grito Distante

Depois de um mês de abril com absurdas oito postagens, o mês de maio foi bem devagar aqui no blog, com apenas uma. Como a última coisa que eu quero é deixar o blog morrer, vamos entrar em junho falando justamente sobre o motivo que fez com que maio fosse um mês tão maômeno.

Esse motivo atende pelo nome de Far Cry 3.


Eu não me considero um GAMER, embora volte e meia eu me pegue viciado em alguma coisa. Da mesma forma eu não costumo escrever muito sobre os jogos que eu jogo (acho que a única vez que eu fiz isso foi sobre Caesar III, um jogo de 1998 que é tão tosco em seus gráficos quanto sensacional em seu senso de estratégia). Mas Far Cry 3 foi daqueles casos que mesmo após mais de um mês jogando direto eu ainda me pego totalmente fascinado.

Sendo assim, resolvi fazer uma breve análise dos pontos positivos e dos negativos desse jogo lindo.


Fun Wun

1. A estória. Não exatamente a estória em si, mas o jeito que ela é contada. Todo o arco inicial é fantástico e tem muito filme de ação que não tem a criatividade exposta nessas primeiras cenas. O jogo começa com cenas de você,  Jason Brody, um playboy riquinho da Califórnia, curtindo altas aventuras em ilhas paradisíacas no Pacífico com outros amigos, dançando na praia, mergulhando, saltando de paraquedas, até que PAN PAN PAN, era tudo um vídeo em seu Iphone e na verdade você está é fudido, enjaulado ao lado do seu irmão, sofrendo bullying de um pirata PSICOPATA sob o nome de Vaas, pois aparentemente um de seus pulos de paraquedas não deu muito certo e vocês acabaram numa ilha chamada Rook dominada por um grupo de piratas vinculado ao tráfico de drogas. Daí segue-se um breve tutorial com você tentando escapar com seu irmão, esgueirando-se pelo acampamento pirata, até que PAN PAN PAN, vocês são descobertos, teu irmão leva um tiro na fuça, você sai correndo com cachorros contaminados com raiva nos seus calcanhares, você ouve tiros na sua direção, corre mais, tropeça, cai, mata um pirata com uma faca, levanta, corre, se joga desesperadamente em um precipício e mergulha todo errado em um rio, onde você é rapidamente levado pela corrente, de preferência para longe dos piratas. Créditos. Ufa. É impossível ficar impassível diante dessa introdução.

2. Os Personagens. Vá lá, o protagonista é bem sem graça, mas todo o resto do "elenco" (pode-se dizer com tranquilidade) é fascinante. Destaque absoluto para o pirata psicopata Vaas, que é dos vilôes mais assustadores que eu já vi em um video game, mas o sempre drogado Dr. Earnhardt e o espião da CIA também não ficam muito atrás. E tem o Buck. Que detona.


3. Os gráficos. É tipo estar lá. A minha placa de vídeo linda ajuda muito, mas Far Cry 3 tem os gráficos mais bonitos que eu já vi em um jogo (lembre-se que eu não sou nenhum gamer). A ilha é surrealmente bonita, a grama é muito bem feita, e o jogo tem a água mais perfeita que eu já vi. Os gráficos são tão bonitos que eu não resisto e fico tirando print toda hora. Muitas vezes quando eu tenho que andar uma distância muito grande, eu faço questão de ir andando ao invés de usar o que eles chama de "transporte rápido" (o famoso teleporte, para que não tem paciencia de ir andando), porque andar pela ilha com esses gráficos é sempre fascinante.


4. O mapa. Os gráficos ajudam muito, mas não bastaria se os programadores não tivessem feito um mapa tão bonito e bem feito e real. As vezes você esquece que está em um video game, pois tudo parece tão real. As longas colinas, as montanhas, os rios tortuosos... tudo se mescla perfeitamente e ajudam muito na sua imersão no jogo.

5. Os animais. Dando um toque especial ao realismo do jogo (embora eu não creia que todos esses animais convivam no mesmo ambiente na vida real - but I'm no biologist), há uma gama enorme de animais andando livremente pela ilha. E eles realmente interagem com você. Alguns fogem quando você chega perto, outros te atacam. É das coisas mais assustadoras do mundo estar andando de buenas pela ilha quando você ouve um rosnado, olha pro lado e tem A FUCKING TIGER correndo na sua direção. E os animais não estão lá apenas para te atrapalhar, eles são úteis. O jogo te incentiva a caça-los: com a pele ou o couro de cada um você pode criar bolsas maiores, carregar mais armas, carregar mais dinheiro. E ainda tem missões especiais de caça, onde você deve caçar um animal raro com uma arma específica em troca de uma recompensa. E os animais ainda podem te ajudar quando eles atacam aleatoriamente os seus inimigos! E os animais ainda se caçam, várias vezes você está andando e passa um leopardo correndo atrás de um javali ou whatever! Totally awesome!

 6. A jogabilidade. Porque de pouco valeria tudo que eu citei acima se o modo de combate e a jogabilidade em geral fosse ruim, afinal estamos falando de um FPS. Mas o combate é totalmente suave e natural. O modo de mira é bem fluido, os lançamentos  de granadas e molotovs é bem fácil de usar e o sistema de cover é o melhor que eu já vi. Ainda temos vários transportes, tanto terrestre, como marítimos e aéreos (asa deltaaaa), e todos eles funcionam perfeitamente.

7. As missões. Eu ainda não zerei o jogo, mas as missões por enquanto estão divertidíssimas e nem um pouco repetitivas. Já tive que invadir acampamentos, queimar plantações de maconha, servir como sniper, resgatar um cara no meio de um campo minado... e fora isso temos as missões paralelas, como as de caça, as de matar um comandante pirata com uma faca e as de entregar suprimentos em um veículo dentro de um tempo específico. E ainda temos missões extras como corridas contra o tempo (algumas envolvendo diferentes veículos na mesma corrida, o que é animal), jogos de poker (o texas hold'em mais realista que eu já vi em jogos, de longe) e de arremesso de facas e desafios de tiro ao alvo (alvo being pássaros) com diversas armas específicas. E para os complecionistas, ainda tem relíquias, cartas e cartões de memória para se coletar durante todo o jogo. De tédio você não morre nessa ilha (você morre, sim, de diversas outras maneiras, seja tomando tiro, pegando fogo de um molotov arremessado na sua direção, caindo desastradamente de um penhasco - sou mestre nesse tipo de morte - ou comido por um leopardo).


8. O manual. Não exatamente o manual, mas o jogo conta com um guia que fala sobre cada item, cada personagem, cada animal, cada cartão de memória, cada tudo. E é tudo extremamente bem humorado e divertido de ler. Não serve pra nada, mas é algo legal pra caramba. Um dos itens colecionáveis, por exemplo, são cartas perdidas de paraquedistas japoneses que morreram na ilha durante a segunda guerra mundial. Um jogo normal apenas faria você coletar essas cartas. Far Cry 3 não: eles tornam a carta realmente uma carta. Você as coleta e pode lê-las, como se aquilo fosse realmente de verdade.

9. O mergulho. Sabe como em qualquer outro jogo você corre e pula na água e o personagem cai na água que nem um saco de batata? Então, aqui isso não acontece. Se você sair correndo e pular na direção da água o cara guarda a arma rapidamente, bota as mãos pra frente e realmente mergulha. Eu não sei se isso acontece em outros jogos, ou se eu dou mais destaque do que deveria pra isso, mas eu acho esse detalhe totalmente fascinante!

Não Tão Fun Wun

1. O elemento RPG. O jogo tem um elemento de RPG forte. Você vai ganhando experiência com inimigos mortos e missões realizadas, e quando você passa de nível você pode escolher uma habilidade nova para aprender. Não que seja algo mal feito, mas não faz tanta diferença assim pro desenrolar do jogo. Várias vezes eu nem percebia que eu passava de nível, aí do nada eu lembrava e tinha cinco pontos de habilidade pra eu usar assim. Não me fez falta nenhuma enquanto eu estava jogando. Algumas habilidades são úteis, como as que te dão mais pontos de vida, ou a de nocaute simples, mas a maioria delas é dispensável, tipo atirar enquanto você desliza por uma tirolesa. Você nunca vai usar isso em uma situação real no jogo. Não faço uma crítica tão grande porque de certa forma é divertido, e o modo como as habilidades novas se refletem no personagem (através de tatuagens) é bem legal, mas é um elemento que, como um todo, podia ser melhor explorado em um jogo futuro.


2. Os itens. Isso tinha um potencial enorme, mas eu achei muito mal utilizado. Durante suas explorações pela ilha você acha uma quantidade absurda de itens variados em casas abandonadas ou pilhando corpos inimigos, como fichas de poker, cachimbos de metanfetamina, urnas, correntes de ouro, colares, baseados, milhares de coisas divertidas e sabe qual a utilidade deles no jogo? Nenhuma. Pois é, eles só servem para você vender nas lojinhas e ganhar dinheiro. E o dinheiro também é mal utilizado, porque ele rapidamente deixa de ser um elemento relevante no jogo (algo comum em muitos jogos do tipo). Então eventualmente (um eventualmente que chega mais rápido do que deveria), você simplesmente perde qualquer estímulo de pilhar corpos e procurar baús. Seria interessante se esses itens servissem pra alguma coisa, pra melhorar suas armas ou para criar itens que te ajudassem nas missões, sei lá, algo bem RPG mesmo, mas infelizmente não é o que acontece.

3. Você não pode usar suas armas de dentro do carro! Que merda é essa? Você pode usar suas armas até na porra de uma tirolesa, mas não pode usar de dentro do carro? Major Flaw! É um saco ter que ficar saindo do carro para matar seus inimigos enquanto você dirige pelas estradas da ilha Rook.

4. Isso é um problema individual meu, mas eu senti muita falta de não ter nenhum tipo de moto para se dirigir na ilha. O jogo tem uma variedade enorme de veículos, desde jipes, carros velhos, até barcos com armas montadas e fucking jet skis, que são awesome. Mas eu tenho uma paixão por dirigir motos nesse tipo de jogo, e acho que teria sido sensacional poder fazer isso no terreno de Far Cry 3. É um detalhe, mas eu senti falta.

5. Se eu for ser um cara beeeem chato, eu posso dizer também que é um pouco fácil rolar um overpower nesse jogo, especialmente se você, como eu, gosta de explorar a ilha inteira e as missões paralelas antes de seguir com as missões principais. Eu comecei jogando no médio e já me vi obrigado a mudar a dificuldade para difícil, porque estava fácil demais - e não, eu não sou nenhum gênio do FPS (longe disso). Mas isso é nitpicking, really.


Então é isso. Coloquei apenas quatro pontos positivos a mais que os negativos, o que talvez dê a impressão que o jogo é apenas um pouco above average, mas na verdade os lados ruins são quase transparentes se vistos perante a magnificência do jogo. Você praticamente não os percebe.

Far Cry 3 é um jogo fantástico, dos melhores que eu já joguei, e eu recomendo ele sem o menor receio para qualquer pessoa.
____________________________


Em breve no blog (e em nossas vidas): Copa do Mundo!

Nenhum comentário: